Práticas efetivas de aprendizagem mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação na cultura digital
Execute sua aula ao vivo com o Teams
Prof. Dr. Marcos Rogério Martins Costa
Instituto de Letras: Departamento de Linguística, Português e Letras Clássicas/UnB
No contexto atual, os países estão tomando decisões e medidas preventivas e emergenciais para conter o avanço do COVID-19. Escolas e Universidades têm, por sua vez, se mobilizado na promoção de ações que possibilitem o acesso ao ensino. Nesse contexto, a aula on-line torna-se uma opção diante da realidade atual para promover a interação entre professor e estudante, além de assegurar a continuidade das atividades acadêmicas.
Entre as soluções tecnológicas e pedagógicas para o ensino não presencial destacamos um bem difundido no meio acadêmico, o Microsoft Teams, pertencente ao pacote Office 365 Education da Microsoft.
O Teams é um software que permite a criação de um ambiente de aprendizado remoto por meio de uma sala de aula on-line. Esse ambiente possibilita conexões virtuais, envio de tarefas e de arquivos, criação de conversas com a turma e chats personalizados. Os serviços são oferecidos por uma plataforma acessível para qualquer aparelho smartphone, tablet, PC ou navegador de SmartTV e também possui uma versão gratuita para alunos, professores e equipe administrativa.
Vamos entender o que a Microsoft Teams permite fazer? Vejamos algumas de suas funções:
- Criar salas colaborativas e gerenciar as atividades escolares nelas inseridas;
- Compartilhar materiais de aula para os alunos cadastrados a partir de seus e-mails;
- Realizar aulas remotas e depositá-las em armazenamento em nuvem (Google Cloud; OneBox; OneDrive etc);
- Utilizar os aplicativos do Office 365 (Word; Excel; PowerPoint, dentre outros) de maneira integrada à plataforma;
- Acessar outros aplicativos na plataforma, como: Exchange, School Data Sync, OneDrive, Sway. Forms, Stream e SharePoint;
- Acompanhar individualmente as atividades e as ações de cada aluno cadastrado;
- Adaptar as tarefas individualmente de cada aluno conforme suas necessidades;
- Personalizar as notificações com emojis, gifs, figuras e outros recursos interativos, dentre outras possibilidades.
Para acessar o Teams, é muito fácil, vejamos os passos a seguir:
1º Passo: abra o sítio www.office.com no seu navegador da Web.
2º Passo: coloque seu e-mail e a senha (o cadastro é gratuito para professores, alunos e equipe administrativa das instituições de ensino, procure se informar em sua unidade).
3º Passo: selecione o aplicativo Teams na página principal.
Para criar uma sala de aula, também é um processo rápido e simplificado. Siga as instruções a seguir:
1º Passo: selecione Teams, clicando no botão Teams na barra de aplicativos.
2º Passo: quando o Teams abrir, clique no ícone “Criar uma equipe ou ingressar nela”.
3º Passo: escolha o tipo de equipe que quer criar: “Classe” (professor e alunos); “PLC” (grupo de professores); “Equipe” (administração e gestão escolar) ou “Outro” (clubes de leitura, grupos de estudo, dentre outros).
4º Passo: dê um nome à equipe (para se organizar entre as diversas turmas que possa criar e gerenciar, uma sugestão é seguir essa sequência: Disciplina – Série/Ano - Escola) e uma descrição (item opcional), depois clique no botão “Próximo”.
5º Passo: insira os e-mails de seus alunos e o seu próprio e-mail nas abas nomeadas “Alunos e Professor”, clicando no botão “Adicionar”. Ao finalizar o cadastro de todos os e-mails, clique no botão “Finalizar”.
6º Passo: a sua equipe foi criada e você pode utilizar os diversos recursos da plataforma, clicando no botão “Carregar materiais e aula” ou buscar ajuda para descobrir como usar os demais recursos da plataforma, clicando no botão “Encontrar ajuda e treinamento”.
Algumas ponderações podem ser feitas a respeito do software Teams. Embora se tenha uma versão gratuita, que está sendo amplamente divulgada, também existe uma versão paga, que oferece recursos distintos. Na versão gratuita do Teams, encontramos os seguintes limites:
Recursos |
Quantidade |
Número máximo de membros |
500.000 |
Armazenamento de arquivos |
2 GB/usuário e 10 GB de armazenamento compartilhado |
A ferramenta na versão gratuita também não permite reunião agendada, nem gravação de reunião. Outro recurso que não é disponibilizado é o de chamadas telefônicas e conferências de áudio. Para o setor administrativo, não são oferecidas ferramentas de gerenciamento de usuários nem relatórios de serviços. Para maiores informações das diferenças entre a versão gratuita e a paga, acesse o link clicando aqui.
Ainda considerando essas limitações, o Teams é uma ferramenta que pode contribuir para esse momento de contingenciamento do ensino presencial, já que possibilita o ensino não presencial.
Para maiores esclarecimentos, adicionamos links que oferecem informações e dicas sobre o uso e as aplicações do Teams:
- Treinamento em vídeo do Microsoft Teams, da Microsoft: Acesse aqui
- Teams para Alunos, da Professora Andréia de Cássia: Acesse aqui
- Execute sua aula ao vivo com o Teams: Acesse aqui
Criação de playlist de vídeos para ensinar e aprender
Nestes tempos de distanciamento social, os filmes, as lives streamings, os talkshows, e-conferences e as videoaulas tornaram os sites de vídeos uma ferramenta indispensável em nossas rotinas!
Aqui, vamos dar o exemplo do Youtube, por ser o site de hospedagem de vídeo mais utilizado, mas você pode usar o Vimeo ou outro site.
O Youtube foi criado em 2005 e é uma das mais conhecidas plataformas de compartilhamento de vídeos. A plataforma permite que você pesquise, baixe e compartilhe vídeos, armazene-os em uma biblioteca, crie pastas personalizadas (playlists) e, ainda, permite que você tenha um canal, em que poderá armazenar seus próprios vídeos ou se inscrever em canais de outros. Antes de prosseguir, aproveite para conhecer melhor as funcionalidades do Youtube.
Playlist é um conjunto de vídeos compilados, por você, em sua biblioteca do Youtube em pastas que levam nomes personalizadas. As playlists podem ser compartilhadas com outras pessoas, quando tornadas públicas, ou não. Além de sua playlist, a biblioteca tem um histórico de seus acessos mais recentes e vídeos que você marcou para assistir mais tarde. É importante mantê-la atualizada, incorporando novas produções ou retirando aquelas que não atendem a seus critérios. Você também poderá subdividir sua playlist em novos tópicos, de acordo com seus objetivos de ensino.
Tenho, em minha biblioteca, várias playlists com assuntos do meu interesse: talento e superdotação, projetos de crochê, música favoritas, entre outros. Como ministro na graduação e na pós-graduação disciplinas sobre criatividade, tenho uma playlist contendo 192 vídeos com depoimentos, entrevistas, resumo de livros, resultados de pesquisas e TEDs (conferências curtas) de pesquisadores, empresários e professores renomados na área. Lembre-se de que criar e gerenciar uma playlist é uma tarefa simples e gratuita.
Como fazer para criar e gerenciar uma playlist
Passo 1: abra uma conta no Youtube (lembre-se de que pode ser em outro site de hospedagem também)
Se você não tem uma conta no Gmail, será preciso abrir uma conta e fazer um cadastro – veja aqui um tutorial
Passo 2: crie uma playlist
Existem vários tutoriais que ensinam a como criar e salvar vídeos em sua playlist. Recomendo que acesse os seguintes links:
1) Tutorial 1;
2) Tutorial 2.
Passo 3: compartilhe a playlist
Depois de criar sua playlist, você poderá compartilhar o link, convidar pessoas para colaborar com sua ampliação ou, ainda, publicá-la em um canal privado. Assista aos tutoriais a seguir, que contêm o passo a passo de cada uma dessas possibilidades:
1) Como compartilhar vídeos ou canais – Tutorial.
2) Como incorporar vídeos de outras playlists – Tutorial.
3) Como criar uma playlist colaborativa – Tutorial.
4) Publicar playlist em um canal privado – Tutorial.
5) Como copiar e editar listas de outros youtubers – Tutorial.
Recomendações Pedagógicas
As possibilidades de uso de uma playlist, com uma pitada de imaginação e criatividade, podem ser infinitas! Então, para começar, vamos sugerir algumas menos complexas.
Compartilhando o link de uma playlist
Dica: numere os vídeos de sua playlist cujo link irá compartilhar. Isso facilitará a execução das atividades em sala de aula.
a. Atividade coletivas
i. Debate entre grupos compostos por dois ou três estudantes – o grupo escolherá até três vídeos para conduzir o debate, enfatizando pontos divergentes e convergentes dos pontos de vista apresentados nos vídeos selecionados;
ii. Apresentação/síntese - os estudantes podem montar uma apresentação com trechos dos vídeos assistidos e fazer uma síntese das principais ideias apresentadas;
iii. Vídeo novo – os estudantes devem criar um novo vídeo, apresentando facetas que não foram contempladas nos vídeos selecionados;
iv. Temas relevantes - se sua playlist for pequena, os grupos podem assistir a todos os vídeos e definir tópicos a serem contemplados para a gravação de novos vídeos.
b. Atividades individuais
i. Cada estudante escolherá um vídeo e apresentará uma análise comparativa com teorias e tópicos da unidade em estudo;
ii. Cada estudante proporá novas perguntas ou tópicos a serem pesquisados a partir do que foi formulado nos vídeos assistidos;
iii. Cada estudante deve assistir a um número determinado de vídeos e gravar sua própria TED (miniconferência com no máximo 18 minutos), apontando os principais desafios a serem superados com relação ao tópico estudado – veja exemplos em:
Convidando os estudantes para contribuírem com uma playlist colaborativa
a. É preciso criar uma playlist em sua conta e inserir os contatos de todos os alunos;
b. Estabeleça, junto aos estudantes, a priori, os critérios para a montagem da playlist. Desta forma, será possível compilar vídeos que sejam relevantes para o estudo em questão. Este trabalho de pesquisa é interessante se você ainda não tem uma playlist ou se precisa ampliar ou atualizar uma;
c. Se não há material suficiente na Web, os estudantes podem ser desafiados a produzirem os vídeos e salvá-los na playlist da disciplina. Esses vídeos podem ser compartilhados no futuro com outros estudantes;
d.Depois que todos colaborarem com a playlist, os vídeos poderão ser avaliados a fim de comporem a versão final da playlist. Nesse caso, será necessário elaborar critérios de exclusão ou de inclusão na playlist.
Criando um canal privado para a disciplina
a. Neste caso, você poderá disponibilizar aos alunos o canal privado da disciplina que contém sua biblioteca de recursos: playlist, videoaulas e outros recursos;
b. Você poderá criar, dentro do canal, espaços interativos com a participação dos estudantes, agregando, ao longo do semestre, a contribuição de todos;
c. Ao final do semestre, é importante atualizar o canal, removendo ou agregando vídeos e recursos para o próximo semestre.
Avaliando a colaboração em uma playlist ou participação em um canal
a.Estabeleça critérios para a qualidade da participação ou postagem quanto ao conteúdo, qualidade de som e imagem, duração, criatividade (inovação, riqueza de detalhes), entre outros;
b.Estabeleça uma quantidade de pontos para cada critério a ser seguido;
c.Informe aos estudantes com antecedência esses parâmetros;
d. Importante: leve em consideração o processo, pois é possível que o produto final - por questões de limitações técnicas, procedimentais ou por falta de equipamentos e conexão – não expresse todo tempo empenho, energia ou recursos dedicados ao projeto em termos de seu planejamento e execução;
e. No caso de apresentação de novos vídeos, considere os papéis de cada estudante nas três etapas: pré-produção, produção e pós-produção. Veja algumas dicas: clicando aqui.
Benefícios e Limitações
A tendência dos estudantes é escolher os vídeos de menor duração. Daí a importância de indicar critérios, como o total de minutos assistidos ou assistir a um vídeo de curta duração e outra de média ou longa duração, ou definir as categorias: assistir a um TED, a uma entrevista e a uma videoaula, ou, ainda, vídeos vinculados a um ou dois tópicos específicos. É possível fazer uma indicação aleatória, por exemplo, o aluno ou grupo “x” vai assistir aos vídeos de 1 a 3 e assim sucessivamente... se o tamanho de sua playlist permitir. Na minha experiência, a atividade funciona melhor quando os estudantes escolhem o que querem ver.
Algumas dicas para Solução de Problemas
Em geral, os sites de hospedagem têm uma central de ajuda. Busque essa central e você logo encontrará apoio para sua dúvida.
Como manter seu aluno com o foco em suas aulas?
Como organizar as aulas para que tenhamos a atenção necessária à disciplina em sua versão online? Nós sabemos que esse não é um desafio exclusivo das disciplinas em EAD. Quantos de nós já não nos surpreendemos ao descobrir que, depois da nota da primeira prova, nossos alunos se mostram muito mais participativos? Como transpor os mecanismos que já conhecemos para estimular nossos alunos a se dedicarem mais para as atividades online ou híbridas?
Eestratégias para aumentar as chances de engajamento dos estudantes
Histórias que prendem a atenção
Você se queixa de que os estudantes de hoje já não têm mais a concentração dos estudantes de antigamente? Agora, foco: o seu aluno é capaz de sair da sua aula e, entre sexta e domingo, maratonar os 13 episódios da temporada nova da sua série preferida? Será que ele não tem foco? O que a série tem que suas aulas não têm são histórias envolventes e empolgantes.
Avalie se dá para inserir personagens em suas disciplinas. Incluir os famosos “cases” de sucesso (parece que cases de sucesso, em inglês, têm sempre mais sucesso do que casos de sucesso, em português mesmo). Apresente uma teoria científica nova contando como seu descobridor, antes um iniciante sem reconhecimento nenhum entre os pares, desafiou os maiores nomes de sua época até se fazer ouvir graças a seus experimentos elegantes, suas previsões precisas e sua tenacidade incansável. Conte um caso raro e extravagante sobre um personagem histórico relacionado ao conteúdo da aula. Relacione o conteúdo a uma experiência pessoal na sua carreira. Pessoas amam histórias! Conte uma boa história nas suas aulas e você terá a atenção que deseja.
Outro elemento das histórias que prende a audiência, e que pode ser adaptado às aulas, é o dinamismo. Aulas curtas, com alguma dinâmica no enquadramento da câmera, povoadas por uma sucessão de dados ricos e exemplos precisos e narradas com uma voz bem modulada tendem a prender mais a audiência. Deixe seu aluno curioso para saber o que vem a seguir. Surpreenda-o.
Torne seu aluno responsável
A condição de sujeito é muito mais difícil do que a de objeto de uma ação. É mais fácil ser ensinado do que aprender. No entanto, muitas pessoas se satisfazem em trabalhar duro, em sair da passividade. Se você estimular seu aluno a trabalhar, ele se envolverá mais com a sua aula.
Gosto de usar uma dinâmica chamada equipe analítica para dar responsabilidade aos alunos numa aula expositiva. Antes de começar uma aula, divido minha turma em quatro partes. O primeiro grupo ficará responsável por elaborar um resumo do que foi dito. O segundo, irá parafrasear o ponto principal da aula que apresento logo no primeiro slide. O terceiro, ficará responsável por elaborar um contraponto ao que apresentarei. O último, indicará aplicações práticas do conteúdo. Ao final, eles compartilharão suas produções. Pronto, cada aluno tem um motivo para focar na aula e os colegas criam expectativa sobre o trabalho uns dos outros. Será que é possível fazer essa atividade online? Você pode dividir os alunos em grupos e cada grupo assumirá um papel na dinâmica.
Uma outra forma de fazer isso em aulas não expositivas é a dinâmica de quebra-cabeças. Divido um conteúdo num determinado número de partes - digamos que tenho uma turma de 30 alunos para estudar como os animais vertebrados ocuparam o ambiente terrestre - divido a turma em cinco grupos de seis alunos. Na fase de aprendizagem, um grupo irá estudar como evoluíram as patas, um segundo como a coluna vertebral e as costelas ajudaram a resistir à gravidade, um terceiro estudará como a respiração aquática/branquial tornou-se aérea/pulmonar, o quarto grupo analisará como os rins passaram a lidar com a escassez de água e o quinto estudará a impermeabilização da pele e dos ovos. Então, cada membro do grupo deverá produzir um resumo do que estudou e esse será, rapidamente, apresentado a mim e corrigido. Na fase de compartilhamento, são desmanchados os grupos de estudo e são montados seis grupos de compartilhamento, formados por cinco alunos, com um integrante de cada grupo de estudo. A seguir, cada estudante deverá explicar aos colegas a sua abordagem da adaptação dos vertebrados para a vida sobre a terra. Os alunos aprenderão uns com os outros e, por ficarem responsáveis por ensinar, os estudantes se dedicam muito mais a compreender o conteúdo. Além disso, é perfeitamente possível fazer isso usando salas de reunião virtuais via Zoom ou Teams. De forma assíncrona, você pode usar fóruns de discussão no AVA.
Socialize, nenhum homem é uma ilha
Aulas expositivas tendem a ser solitárias e pobres em interações. Então, uma forma de estimular o interesse é pedir que seus alunos interajam durante as aulas. O Prof. Erik Mazur, de Harvard, tem uma metodologia interessante de trabalhar a interação em suas aulas de eletromagnetismo, inclusive em turmas numerosas, por meio de instruções por pares. Ele faz uma breve exposição do conteúdo e então apresenta um experimento ou desafio baseado na teoria exposta. A partir deste experimento ou desafio, ele apresenta uma pergunta de múltipla escolha e pede que os alunos respondam individualmente e digam para ele a alternativa escolhida (ele usa um dispositivo via radiofrequência chamado clicker, parece um controle remoto desses de portão automático). De posse do resultado, ele pede aos alunos que encontrem um colega na turma que deu uma resposta diferente da deles e discutam até os dois se convencerem de uma resposta em comum, que, então, será informada ao professor novamente. Ele repete o método, eventualmente dando dicas, até que toda a turma convirja para a resposta correta. Já usei o Socrative (conheça a ferramenta aqui) e o MentiMeter (conheça a ferramenta aqui) para transpor essa metodologia às aulas online.
Uma outra dinâmica que eu gosto, que tem a finalidade de colocar os alunos para interagir, é a pense-pareie-partilhe. O professor apresenta uma questão de resposta aberta e, preferencialmente, uma que envolva criatividade. Em seguida, aos alunos que elaborem soluções individuais à questão. Depois, os alunos devem formar duplas e discutir suas soluções até criar uma síntese das propostas. Ao final, todas as duplas compartilham suas soluções com a sala de maneira suscinta. Chats em grupos, fóruns ou ferramentas de videoconferência permitem fazer essa dinâmica online.
Crie um propósito
Um senso de objetivo, percepção clara de progresso e feedback em tempo real são algumas das características dos jogos de videogame. Elas fazem com que aquele seu aluno mais disperso mergulhe por horas a fio num game em seu tempo livre. Não é à toa que muitos educadores têm se voltado para a estratégia da gamificação. Há diversas ferramentas online e plugins do AVA que permitem incluir elementos de jogos eletrônicos à sua disciplina. Há pouco, citamos o Socrative, que permite fazer alguns jogos com os alunos, mas outra opção de ferramenta popular é o Kahoot.
Uma insegurança que me acompanhou por alguns semestres foi a de se meus alunos estavam, de fato, assistindo e prestando atenção às minhas videoaulas. Um jeito que encontrei de medir isso foi incluir um teste com questões objetivas associado a cada aula. A opção mais simples consiste em suceder a videoaula com um teste no AVA, por exemplo. De maneira aprimorada, eu usei, por muito tempo, uma ferramenta chamada Playposit para fazer isso concomitantemente. O Playposit permite que o professor insira perguntas objetivas ou discursivas no meio da sua videoaula. Num dado momento escolhido pelo professor, o vídeo é interrompido, surge uma questão na tela e o vídeo só recomeça depois que o aluno responder.
Essas questões podem ser usadas de muitas maneiras. Elas podem ser, apenas, um feedback de rendimento do aluno, mas podem, também, servir para ser atribuída presença, indicar progresso da turma, pontos de dificuldade ou falhas da videoaula e podem ser até um dos componentes da nota final. Já experimentei diferentes usos e sigo explorando o potencial dessa ferramenta.
E agora, a responsabilidade dos estudantes
Um problema recorrente nas disciplinas a distância é que o estudante não tem claro o que se espera que ele faça. Aprender num ambiente virtual não é uma tarefa trivial, a ponto da PROCAP UnB ter um curso sobre como aprender em cursos à distância. Assim, o estudante precisa ter clareza sobre como se portar frente ao conteúdo online. Isso deve ser incluído no plano de aulas da disciplina e estar disponível também no AVA. Eu gosto de convidar um aluno que teve bom rendimento na disciplina em semestres anteriores para explicar como ele obteve sucesso para a turma que está chegando.
A turma precisa estar ciente de que assistir a uma videoaula é... assistir a uma aula. Você não assiste a uma aula no sofá da sala comendo pipoca ou de pé no metrô. Você se senta, prepara seu material para anotações, se isola de ruídos e interrupções e, então, assiste à sua aula. É claro que cada aluno tem suas estratégias, mas o importante é levar as videoaulas a sério.
Por fim, não seja tão duro consigo mesmo nesses momentos de pandemia. É normal que seus alunos se dispersem às vezes. Na aula presencial, você pode flagrá-los tirando um cochilo, conversando ou mexendo no celular. Na EAD, isso raramente fica visível, mas, com tantas tentações ao redor, é perfeitamente compreensível que seu aluno perca o foco. Não se culpe, não desista do uso integrado das TDIC ao seu plano de ensino e tente trazê-lo de volta da melhor maneira que conseguir. Tanto quanto nossos estudantes, ao ensinar, nós também estamos aprendendo.
Videoaulas: uma versão online das aulas expositivas? Indicações de uso e como gravar uma videoaula.
Um dos métodos mais tradicionais na oferta de uma disciplina de graduação são as aulas expositivas. Aqui, vamos discutir como produzir videoaulas, uma versão online dessas aulas expositivas, mas começarei argumentando contra elas, ao menos em termos.
Estamos em um momento de mudanças. Por que não aproveitar e romper, também, com a nossa dependência ou privilégio das aulas expositivas? A videoaula expositiva tem sido criticada como recurso pedagógico. Talvez essa seja a oportunidade para descobrirmos que a aula expositiva presencial, em alguns casos, também não é um bom recurso metodológico. Melhor ainda será se questionarmos se nosso objetivo deveria mesmo ser, meramente, transmitir informações.
O Átila Iamarino, uma figura que ganhou muita notoriedade na pandemia do COVID 19 – e com quem trabalhei no período em que éramos blogueiros -, disse uma vez que nós professores universitários nos colocamos frente aos alunos como um bebedouro no meio de um deserto de informações, quando, na verdade, deveríamos estar os ensinando a nadar nesse dilúvio.
Aulas expositivas e videoaula: quando usar?
Ainda assim, aulas expositivas e videoaulas são indicadas em várias situações, segundo o Chicago Handbook for teachers.
- Originalidade: se o professor tem um caminho pedagógico muito específico, com uma lógica própria e diferente dos materiais didáticos já disponíveis, uma série de aulas expositivas bem organizada pode ser uma ótima saída.
- Curadoria: se, por algum motivo, você não quiser investir tempo deixando seus alunos descobrirem informações por conta própria, você pode fazer esse trabalho de curadoria e entregar-lhes o conteúdo já selecionado em uma aula expositiva.
- Apresentação: aulas expositivas podem ser um bom primeiro contato com um tema geral o qual, depois, será esmiuçado em aulas subsequentes, focadas em outras modalidades de aprendizado mais centrado nos alunos.
- Aprendizado do professor: aulas expositivas são excelentes oportunidades para o professor aprender. Então, se algum conteúdo não te é tão familiar, talvez valha abordá-lo de forma expositiva.
- Pessoalidade: acima de tudo, se você pretende apresentar sua personalidade, seus conhecimentos e a sua visão de mundo aos seus alunos, uma aula expositiva gera uma boa oportunidade para isso.
A lista sumariza bem as principais situações em que a aula expositiva e a videoaula funcionam de maneira positiva. Em outras situações, recomendo que você considere outras metodologias para dar a sua aula.
Pontos positivos das Vídeoaulas
Neste momento, espero que sua cabeça esteja cheia de contrapontos e com resistência ao uso da videoaula. Deixe-me, então, apresentar alguns pontos positivos.
- Ninguém fica para trás. Videoaulas pré-gravadas oferecem aos alunos um novo ritmo para aprender. Elas permitem que o aluno pare o vídeo para tomar notas, volte o vídeo em pontos que não ficaram claros e repita a aula inteira na véspera da avaliação para revisar o conteúdo.
- Você não pune bons alunos ensinando o que já sabem. Alunos mais adiantados podem pular trechos do vídeo ou aulas inteiras cujos conteúdos já conheçam. Alguns tocadores de vídeos, como o YouTube, permitem que se acelere a velocidade do vídeo (sem aquele efeito de deixar a voz mais aguda). Minha esposa, que tem usado muitas videoaulas para estudar, acha extremamente tedioso conversar comigo depois de um dia inteiro assistindo vídeos em velocidade 1,5, ou seja, 50% mais rápido do que uma fala normal.
- Você respeita o relógio biológico e a agenda de cada um. As videoaulas podem ser assistidas no horário em que o aluno estiver mais intelectualmente ativo. Se ele acorda às 5h e é superprodutivo, pode assistir sua aula logo cedo. Se ele está alerta até depois da meia-noite, sua aula também pode ser assistida aí. Mais do que isso, o estudante pode ver sua aula quando tiver o tempo ou a atenção e a tranquilidade necessárias, otimizando melhor o seu dia.
- Sua mensagem se propaga muito além. Dependendo de onde suas aulas ficarem disponíveis, você pode ajudar muito mais gente do que seus alunos diretos. Tem uma videoaula minha que já foi assistida pelo que corresponderia a 500 anos de trabalho na graduação em que atuo. Pense nesses pontos positivos com cuidado quando estiver avaliando o uso das videoaulas.
Vantagens da videoaula
Quando bem aplicado, o uso das videoaulas tem grande potencial em aumentar o aprendizado dos seus alunos e desenvolver seu interesse pelo tópico ensinado de forma personalizada e com horário flexível.
Lembre-se de que a videoaula, assim como qualquer metodologia que você use, deve estar alinhada com seus objetivos pedagógicos.
Uso assíncrono e offline
Outro ponto, que contrasta com o uso recorrente de reuniões com apresentação de slides via compartilhamento de tela – como muitos têm feito usando ferramentas como o Teams ou o Zoom - , é que as videoaulas pré-gravadas permitem que o aluno estude até sem uma conexão com a internet. Já passei vários vídeos de minha autoria em MP4 para pendrives e até CD-ROMs para alunos que não dispunham de internet. Há uma versão do YouTube, o YouTube Go, que permite baixar os vídeos para assistir depois e compartilhá-los por bluetooth. Nada disso é possível numa aula online em tempo real.
Como gravar suas videoaulas?
Um dos obstáculos apontados por muitos professores para usar videoaulas é a dificuldade técnica. Esta seção irá te ajudar a começar a gravar suas videoaulas.
Para os iniciantes: não busque perfeição. Palavras de Incentivo.
Antes de começarmos, uma palavra de incentivo. Não se preocupe com a perfeição logo de cara. Se você decidir que só irá publicar videoaulas quando elas tiverem uma aparência profissional, há uma chance enorme de que você nunca as publique. Comece de maneira mais simples e seja paciente consigo mesmo. Especialmente neste momento em que precisaremos começar a usar essas ferramentas, é provável que não saiam perfeições logo da primeira vez. Você pode prescindir de uma pós-edição e precisar lançar logo a aula com vários defeitos de vídeo, pode não ter o microfone ideal e provavelmente irá ignorar vários dos detalhes de enquadramento que irei apresentar a seguir. Não se preocupe, com o tempo, você poderá aprimorá-las.
Planejamento
Tema e Objetivo
Para começar, você precisa ter claro em mente (e, de preferência, no papel também) qual o seu objetivo para aquela videoaula. Defina muito bem que assunto será tratado e, se parecer que a aula ficará longa demais, quebre esse assunto em outros menores. Defina não só o conteúdo, mas também o que quer que seu aluno termine o vídeo sabendo. O ideal é pensar mais no que ele saberá fazer do que em que informações terá aprendido.
Duração
Recomendo fortemente que suas aulas online sejam mais curtas. O limite geralmente advogado é de menos de dez minutos, mas prefiro deixar isso a seu critério. Assuntos mais densos podem se alongar um pouco mais, vejo muitas aulas de 30 a 40 minutos; as minhas, em geral, têm cerca de 12.
Material
Produza o seu material de apoio. Em geral, pelo menos para as minhas aulas, isso significa preparar os slides. Mas você pode precisar fazer anotações, escolher exercícios para resolver diante da turma, colecionar exemplos ou aplicações do que será demonstrado, buscar figuras na internet (veja a seção sobre direitos autorais abaixo) etc.
Fases da Execução
Como produzir as imagens?
Com seu material pronto, você precisará apresentar sua aula. Há diversas formas de fazer isso. Hoje o Power Point (versões 2010 em diante) permite que você grave uma narração para cada slide e exporte isso no formato de um vídeo. A opção que eu uso é abrir meus slides em tela cheia e iniciar um programa de gravação da própria tela (no momento uso a versão gratuita do Screencast-o-Matic, veja um tutorial aqui). Dessa mesma maneira, mas usando um slide completamente em branco e a função “caneta” do Power Point, você pode fazer anotações na tela da mesma forma que faria num quadro branco. Escrever usando um mouse é uma tarefa difícil, mas facilita se você tiver periféricos especiais para isso, como uma mesa digitalizadora.
Aparecer ou não na videoaula
Quanto mais forte o senso de comunidade de uma turma online, menor a chance dos estudantes desistirem da disciplina. Para isso, saber que existem pessoas do outro lado da tela, e não apenas avatares cibernéticos, é fundamental. Uma forma de fazer isso é incluir na sua aula aparições suas. Pode ser um trecho no início do vídeo em que apareça apenas o seu rosto, pode ser uma janela num canto da tela de onde você fala com os alunos. Aparecer na videoaula é uma forma de dar personalidade a ela e criar vínculo com seus alunos, além de ser mais agradável do que assistir slides acompanhados de uma voz vinda sabe-se lá de onde.
Como fazer o enquadramento?
Cuide para que o enquadramento seja agradável, com a câmera posicionada na altura dos seus olhos. Prefira uma iluminação que venha em ângulo de cerca de 30° com a câmera (em vez de paralela à câmera), procure um enquadramento de torso (pegando do meio de peito para cima) a um enquadramento no estilo “talking heads”, em que só sua cabeça aparece. Também cuide do que também irá aparecer contigo no vídeo, o seu fundo não deve chamar mais a atenção do que sua aula.
Preciso comprar equipamentos de áudio e vídeo?
As webcams dos laptops ou aquelas webcams que acoplamos a desktops costumam ter qualidade mais que suficiente para nossas aulas. É muito mais importante que a imagem do slide e o nosso som estejam claros do que a imagem do nosso rosto. Se for para investir num equipamento, invista em um microfone. Em geral, os que vêm nos laptops e webcams são de baixa qualidade. Fones de ouvido com microfone, inclusive esses que já vêm acompanhando os celulares, funcionam muito bem na maioria das vezes. Sua narração da aula precisa estar cristalina.
Ingredientes para uma boa videoaula
Curta
Não quero ser determinista com relação aos 6 a 10 minutos recomendados em geral, mas mantenha sua aula o mais curta possível. Na internet, é ainda mais fácil ter sua atenção desviada, vídeos mais curtos reduzem a chance de isso acontecer. Além disso, é mais fácil arrumar tempo na rotina para assistir 3 aulas de 15 minutos do que conseguir sentar focado por 45 minutos seguidos.
Objetiva
Quando falo em aulas de 10 minutos, muitos professores se assustam. É mesmo pouco tempo, mas considere que primeiro você poderá editar gaguejadas, lapsos de memória e outros probleminhas técnicos. Segundo, você poderá quebrar uma aula longa em algumas mais curtas. Por fim, é fundamental que haja objetividade. Na videoaula, é importante ir direto ao ponto sem muitas historinhas, distrações ou piadas desnecessárias. Aulas objetivas são mais valorizadas pelos alunos, especialmente em educação a distância.
Ilustrada
Ser objetivo não significa deixar de ilustrar suas aulas. Ilustrar é importante tanto literalmente, usando fotografias ou desenhos sempre atentando aos direitos autorais, quanto figurativamente. Procure exemplos concretos da teoria que você está apresentando, mostre aplicações daquele conhecimento, inclua questões comentadas que abordam o tema da aula ou narre histórias que envolvam o assunto, tudo com moderação.
Dinâmica
Você pode usar mudanças de slides ou de enquadramentos da câmera para dar dinamismo à imagem. Animações reforçam o que o professor está falando, por exemplo, tópicos e imagens podem aparecer à medida que são comentados nos slides. Você pode usar ferramentas de marca texto, sublinhar ou circular elementos do slide, apontar com a ferramenta “laser point”. Dar uma cadência maior à sua fala e mudar a entonação e ritmo também ajudam a prender sua audiência.
Pós-produção
Você terminou de gravar a videoaula. Salve o arquivo num drive seguro mesmo sem edição. A seguir, você pode usar um editor de vídeo para aprimorar sua videoaula. Não se preocupe se isso for inviável agora. A vantagem da pós-produção é que esse pós pode estar até bem longe da produção e aproveitar dos primeiros semestres em que você usou o vídeo para direcionar sua edição.
Em geral, nessa fase você irá limpar sua videoaula de imperfeições como erros, gaguejadas, uma moto, cachorro ou criança fazendo barulho no fundo. Também pode ser útil para incluir mais dinamismo às imagens, com alternância entre os slides e seu rosto. Existem muitos programas para editar vídeos, alguns dos mais usados no contexto das videoaulas são o Cantasia, Windows Movie Maker e o OBS studio, este último gratuito.
Pessoas mais habilidosas podem até criar vinhetas e banners em primeiro plano que informem o tema da aula, a disciplina ou subtemas que serão apresentados. Como sempre, não exagere nos efeitos e não se preocupe se sua aula não ficar com um visual muito profissional na primeira tentativa.
A questão dos direitos autorais
Muitos professores têm o mau hábito de usar materiais da internet sem deter os diretos de uso das imagens. Ao mesmo tempo em que somos super ciosos em coibir que nossos alunos cometam plágio em textos, nós mesmos nem sempre temos o mesmo cuidado com nossas imagens e vídeos nos slides que usamos. Ao contrário dos textos, apenas citar o autor da imagem nem sempre resolve. O ideal é utilizar imagens e vídeos com direitos autorais abertos. A modalidade mais comum desses recursos é a licença Creative Commons. Não vou detalhar as clausulas para uso desse recurso, que podem ser acessadas no link acima, mas em geral ela exige que você:
CC-BY: cite o autor da imagem;
CC-SA: permita que os outros compartilhem sua videoaula na mesma modalidade do material que você usou;
CC-NC: não use o material em videoaulas de cursos pagos, por exemplo.
Existem muitas formas de conseguir materiais online com licença de compartilhamento. O CEAD disponibilizou algumas opções de canais para acesso a imagens livres de direitos autorais aqui.
Avance passo a passo
Não é fácil abandonar nossas práticas didáticas mais tradicionais, mas seria muito bom se o único resultado dessa pandemia fosse a renúncia às aulas expositivas. Espero que você aproveite este período de profundas mudanças e encare, também, a mudança da sua forma de ensinar. Com sorte, as explicações acima te deixaram um pouco menos inseguro e você se sente confiante o suficiente para experimentar gravar suas primeiras videoaulas.
Experimentações nas videoconferências online
Durante este tempo de distanciamento social, redescobrimos outras formas de presença. As videoconferências mediaram reuniões de negócios e de equipes de trabalho; encontros entre pais e professores; deliberações em conselhos e associações; celebrações entre familiares e grupos religiosos e processos de ensino e de aprendizagem. Participei, recentemente, de algumas festas de aniversários bem diferentes. Foram mais ou menos assim: o cardápio foi combinado (pizza, refrigerante e bolo) e cada um estava num lugar do mundo, mas não faltaram a alegria, os risos, a velinha apagada e a emoção! Tudo isso tem sido novidade, mas significa uma outra possibilidade de estarmos juntos!
São muitas as ferramentas e os aplicativos para videoconferências com acesso gratuito: Zoom, Whereby, Skype, Google Hangouts, Google Meet etc. Basta fazer um cadastro, abrir uma conta e, pronto, pode começar a usar. Você precisará, também, de uma boa conexão de internet. Confira, nos links a seguir, uma descrição breve das funcionalidades e restrições de 11 ferramentas e das 5 melhores para utilizar com slides:
- As cinco melhores ferramentas de videoconferências online para apresentação de slides (Bônus – no final da página, tem um link para tutorial de como preparar e apresentar slides – vale muito a pena dar uma olhada)
Recomendações Pedagógicas
Planeje os experimentos mediados por salas de videoconferências como se fosse dar uma festa de aniversário. Serão necessários: o convite contendo dia, o horário e endereço; organizar o lugar onde acontecerá o evento; definir o cardápio, deixar rolar aquela conversa informal, o ritual da velinha, interagir com os convidados, a despedida - só que o melhor: sem toda aquela bagunça para arrumar no final!
I. Conduzindo um Experimento
- Combine com seus estudantes um horário em que todos possam participar;
- Crie uma reunião no aplicativo ou ferramenta escolhida (decida se será gravada ou não);
- Compartilhe, com antecedência, o link com a sua turma (1 semana antes, com um lembrete na véspera);
- Prepare um guia para o experimento contendo o passo a passo (que poderá ser apresentado em slide ou encaminhado previamente aos alunos);
- Esteja seguro com relação a cada recurso a ser utilizado (se for preciso, treine antes);
- Teste todo o equipamento a ser utilizado, câmeras e microfone (ajuste o foco, a disposição da câmera, se os equipamentos estão carregados);
- No dia e horário previamente agendados, abra a sala de reunião;
- Antes de começar, converse informalmente até que todos entrem na sala;
- Depois que todos entrarem, inicie informando que fechará os microfones dos estudantes (opcional) e que, se tiverem uma pergunta, devem indicar levantando a mão, que você dará a palavra (ver recurso no aplicativo);
- Conduza o experimento como se estivesse ensinando uma receita (como acontece em programas de gastronomia): você terá que demonstrar os procedimentos;
- Interaja com os estudantes, peça para que:
- Antecipem possíveis resultados;
- Formulem hipóteses;
- Reverta processos (se for o caso) etc.
- A reunião poderá ser gravada e postada como vídeo em uma playlist para consulta posterior.
II. Experimentos simultâneos com a participação dos estudantes
- Siga os itens 1 a 8 do Experimento I;
- Envie, junto ao link da sala, a lista de tudo o que será necessário para o experimento (lembrando que o acesso a certos itens e equipamentos pode ser restritos);
- Antes de começar, converse informalmente até que todos entrem na sala. Deixe o microfone de todos abertos. Verifique se todos estão prontos para participar, repassando os itens necessários para o experimento e pedindo ajustes nos microfones ou câmeras;
- Feche os microfones dos estudantes (opcional) e inicie o experimento;
- Siga o passo a passo como disponibilizado. É interessante que seja, também, projetado um slide ao longo do procedimento, o que facilitará o acompanhamento de todos;
- Interaja com os estudantes. Faça perguntas, observações individuais, uma vez que você tem como monitorar as janelinhas de cada um.
III. Experimento com dois grupos: Experimento e Controle
- Siga os itens 5 a 4 do Experimento II;
- Separe a turma em dois grupos e informe aos estudantes, com antecedência, quem fará parte de qual grupo;
- Será necessário preparar um guia contendo orientações para o Grupo Experimento e outro para o Grupo Controle.
Os componentes do Grupo A (Experimento) vão realizar todo o procedimento disponibilizado no passo a passo;
Os componentes do Grupo Controle vão observar um colega em específico e fazer registros, formular hipóteses etc.
- O professor deve orientar mais especificamente o grupo Experimento;
- Ao final da reunião, devem ser discutidos os resultados, como cada grupo se sentiu ao longo do processo etc;
- Essa é uma boa saída quando há muitos experimentos a serem realizados, porque permitirá um rodízio entre os estudantes, algo que viabiliza e otimiza os recursos.
Benefícios e Limitações
Este tipo de atividade não é restrito a experimentos nas áreas de ciências que são realizadas em laboratórios, ele pode ser utilizado para a composição musical ou improvisação, na elaboração de textos, na resolução de problemas matemáticos, na aprendizagem de uma técnica específica. Diante disso, é possível utilizar essas salas de reunião para qualquer atividade ou curso em que a pessoa precise aprender fazendo, ou que seja preciso mostrar como se faz (Show-how).
Esses encontros podem ser gravados (alguns aplicativos têm essa funcionalidade, mas apenas se forem pagos) e transformados em tutoriais.
Há algumas limitações em função do tempo: a atividade não poderá ser muito longa. É preciso garantir a segurança – deixe claro quais são os cuidados a serem tomados no passo a passo e no dia da reunião.
Algumas dicas para a solução de problemas
“E, esqueci!” - Se alguns estudantes não estiverem preparados, podem se tornar observadores (veja o Experimento III), acompanhar o experimento e ter acesso ao vídeo em outra oportunidade;
Problemas com a conexão –
(estudantes) - grave a reunião, os estudantes poderão acessá-la depois;
(professor) – acontece! Já passamos por isso, no presencial (luz acaba, projetor queima, ficamos doentes...) – Tenha uma lista de contatos dos estudantes, você poderá remarcar ou pedir que aguardem alguns minutos até que a conexão se restabeleça (já pisei num fio e tive que recomeçar! Faz parte).
Problemas com o tempo – é possível estender o tempo da reunião em alguns aplicativos (Zoom) ou você pode repassar um novo link para os alunos – informe que fará isso em instantes e peça que esperem. Todos entrarão no novo link. O ideal é que você planeje um experimento no limite do tempo de sua aula e do aplicativo utilizado;
Problemas com a quantidade de pessoas – divida a sala em dois grupos.
Utilização de múltiplos recursos digitais para incrementar a aula.
Neste tempo de pandemia, que tem requerido distanciamento social, temos sido todos desafiados em nossas interações mediadas por recursos digitais e pela internet. Sabemos que a web é um mundo a ser explorado. Tem muita informação, e de todo o tipo; então, cabe a cada um de nós o melhor uso. Nesse ciberespaço de hiperligações, encontramos uma infinidade de recursos que podem ser empregados na promoção de aprendizagens transformadoras: aplicativos, plataformas, games, sites, blogs, redes sociais, ambientes de aprendizagem, salas de reuniões etc.
É tarefa da ordem do impossível conhecer a fundo ou dominar cada um desses recursos, mas é fundamental ter uma ideia do que há para otimizar o tempo e as experiências em sala de aula. Com esse objetivo, separei alguns recursos e tutoriais que poderão ser úteis para implementar suas aulas presenciais ou online.
Todos temos muito a aprender para darmos continuidade às nossas atividades acadêmicas. Então, experimente, seja criativo em suas aulas e uso os novos recursos (nem tão novos assim!).
Aproveite para aventurar-se nessas novas possibilidades que estão presentes no dia a dia de muitos estudantes! Com imaginação e criatividade, é possível agregar novas estratégias ao nosso processo de ensinar e de aprender. Sem conhecer, não temos como emitir uma opinião consistente sobre se funcionam ou não conosco, com os nossos estudante e na nossa disciplina, não é mesmo? Então, escolha um recurso e teste-o em seu conteúdo disciplinar.
Uso do QR Code para dinamizar as aulas
O QR Code ou (Quick response – resposta rápida) é um código de barras 2D, criado no Japão, em 1994. Esse código é útil para armazenar e sintetizar informações e pode ser lido por uma câmera no celular. Seu uso mais comum ocorre para garantir promoções em aplicativos de delivery e de lojas, mas pode ser utilizado para tornar as aulas mais interativas também. Siga o passo a passo e veja as dicas de como utilizar esse recurso.
Passo 1: baixe um aplicativo ou ferramenta para criar QR code em seu celular ou computador. Será preciso fazer um cadastro. Estas são algumas opções:
Passo 2: insira o texto, instruções, formulários avaliativos, link ou arquivo no espaço destinado na ferramenta selecionada;
Passo 3: gere o QR Code;
Passo 4: compartilhe o QR Code.
Como utilizar
Existem muitas possibilidades, mas, para começar, você gerar um QR Code:
- Depois de finalizar uma unidade ou um tópico de estudo – elabore atividades complementares, de extensão ou de revisão para os estudantes. Isso pode incluir a exibição de um vídeo do YouTube, uma visita a um site ou concluir um exercício prático. Cada uma das atividades podem ser reproduzidas em uma única folha de QR Code;
- Na avaliação dos estudantes – incorpore um QR Code em planilhas ou questionários online (veja como preparar uma planilha, formulário online aqui). O QR Code poderia conter as respostas às perguntas da planilha ou do questionário. Depois de concluir a planilha, os estudantes podem verificar suas respostas digitalizando os códigos vinculados às perguntas. Isso permite que os alunos, rapidamente, identifiquem seus erros, recebam feedbacksinstantâneos e procurem ajuda se precisarem;
- Para fornecer instruções – elabore um guia prático de como utilizar um equipamento, ou um roteiro que deve ser seguido em um trabalho de campo, ou, ainda, um protocolo de atendimento e disponibilize-o a um público-alvo específico. Esse procedimento é útil, principalmente quando essa informação tem de estar disponível por um longo tempo. No caso de uso de um equipamento, um adesivo com um QR Code pode ser fixado no equipamento.
Adaptado de: Siegle, D. (2015). Using QR Codes to Differentiate Learning for Gifted and Talented Students. Gifted Child Today, 38(1), 63-66. doi: 10.1177/1076217514556534
Programas dinâmicos para apresentação de conteúdos
A apresentação de slides pode ficar ainda mais interessante com o uso de programas que permitem dinamizar os conteúdos. Como preparar esse tipo de material é algo que fazemos a todo o tempo, você pode tornar dar um toque especial no seu material utilizando outro recurso que não o Powerpoint. Se você já possui familiaridade com essa ferramenta do Office, não terá muito o que aprender, pois a maioria dos programas usa a mesma lógica e são bem intuitivos. Como são muitas as opções, recomendo que dê uma olhada no link logo abaixo que apresenta a descrição dos 10 melhores programas para criar apresentações. Escolha um deles para testar e verificar como funciona. Nunca mais suas apresentações serão as mesmas! Sem contar que é divertido aprender novos jeitos de fazer velhas coisas! Você pode repassar essa lista para os estudantes e pedir para que experimentem apresentar seus trabalhos nesses novos formatos. Assim todos ganham: adquire-se novas competências e habilidades no manejo de informações. Não é mesmo?
10 melhores programas para criar apresentações: Clique Aqui
Estúdio para gravação de vídeos
Mesmo que não tenhamos nenhuma pretensão de nos tornarmos youtubers ou influencers profissionais, temos sido desafiados pela necessidade de elaborar conteúdos no formato de vídeos. Gravar bons vídeos nem sempre requer recursos sofisticados ou caros, mas são necessários alguns conhecimentos sobre iluminação, fotografia, equipamentos... Você vai encontrar na Web vários studios online para criar e editar seus vídeos. Mesmo os gratuitos, eles possuem recursos para adicionar efeitos, textos, bordas etc. Vale a pena conferir algumas opções na lista abaixo, além dos mais comuns: Windows Movie Maker; Lightworks; KlipMix.
Vídeos animados
Você pode criar pequenas animações para ilustrar suas aulas, pode sugerir esse recurso como mais uma possibilidade para que os estudantes apresentam seus trabalhos ou integrem uma atividade avaliativa. Há várias ferramentas simples e gratuitas e tutoriais no Youtube. Para começar, recomendo que assista o vídeo Como fazer Vídeo Animado para seus Alunos ou acesse os links a seguir com as descrições de sites e programas
Gamificação
As aulas e atividades gamificadas são uma excelente estratégia para revisar conteúdos e dar feedbacks em tempo real. Há recursos simples, gratuitos e intuitivos que podem deixar suas apresentações e vídeos bem interessantes. Se você gosta desse tipo de recurso, dê uma olhada nessas ferramentas:
Se você quer saber mais sobre como utilizar esses recursos, sugiro que assista a este vídeo de curta duração: clicando aqui.
Realidade aumentada
A realidade aumentada pode ser utilizada tanto para ensinar conteúdos, simular procedimentos quanto para oferecer aos estudantes uma possibilidade para criar ou elaborar conteúdos de forma criativa e autoral. Existem muitos recursos sendo elaborados. Para saber mais, veja o programa do Canal Futura sobre essa temática: clicando aqui.
Experiências 360º
São vídeos que permitem uma experiência de imersão 360º. Existem várias câmeras com essa funcionalidade de gravação e muitos vídeos produzidos com essa tecnologia no Youtube. É mais uma possibilidade para enriquecer o processo de ensino e de aprendizagem, seja na produção implementada pelo aluno seja na requerida aos estudantes. Veja a seguir alguns exemplos disponíveis no Youtube e no Google:
Para se inteirar mais sobre o assunto, leia os artigos a seguir:
Google Play – confira a lista de aplicativos a seguir e clique em cima do nome para acessar a descrição:
Sugestões de software
ARLOOPA - Augmented Reality Platform - AR App
Dinosaur 3D AR - Augmented Reality
Augmented Reality (AR) kid's Kit 4D
AR ZOO: Augmented Reality Zoo Animals 3D Photos
AR Real Driving - Augmented Reality Car Simulator
Assemblr - Crie 3D, Imagem e Texto, Mostre em AR!
Holo – Holograms for Videos in Augmented Reality
UniteAR - Augmented Reality App for everyone
AR Plan 3D Régua – Camera to Plan, Floorplanner
Animal AR 3D Safari Flash Cards
Monster Park AR - Mundo dos Dinossauros na RA
AR Store for Augmented Reality Apps (ArCore)
Qlone - 3D Scanning & AR Solution
3DBear – Visualize your creative thinking
Leo AR - Augmented Reality Camera
Imerference - 3d Augmented reality chat app
AR Play - Show anything in Augmented Reality
UnifiedAR augmented reality marketing
Captum App - Easy Augmented Reality
Augmented Reality Solar System
AR Ruler App – Tape Measure & Camera To Plan
Display.land 3D Modeling: 3D Scanner & Model Maker
ScanAR - The Augmented Reality Scanner
TaDa Time - 3D Avatar Creator, AR Messenger App
ZooAR: Играй в Зоопарк в дополненной реальности
Mapas mentais com realidade aumentada e ARCore
Video AR - Video in Augmented Reality
Menu AR Augmented Reality Food
AUGmentecture - Augmented Reality for Architects
WAR - Widespread Augmented Reality II
magicplan - Plantas 2D/3D e medição AR
Bactérias 3D educacional interativo RV
Corpo humano (masculino) 3D educacional RV
Assemblr EDU: Fun, Interactive Learning in 3D & AR
Solar Walk Lite:Planetário 3D:Estrelas e Planetas
Glovius AR - 3D CAD Augmented Reality
Blippar - O navegador da Realidade Aumentada
aranha ar realidade aumentada simulador
AR Basketball Game - Augmented Reality
Aquarium Coloring 3D - AR Câmera
DIAMONST - Augmented Reality RPG [Demo]
Corpo humano (mulher) 3D educacional RV
Robot 2.0: 3D (Augmented Reality)
Augmented Car - AR Car Simulator
WiFi AR - most useful tool ever
mozaik3D app - Cenas 3D, Exercícios e Jogos
Os físicos que mudaram o mundo 3D educacional RV
3D Wallpaper Parallax - 4D Backgrounds
Gizmo VR Video Player: 360 Virtual Reality Videos
AR Skin Editor for Minecraft AR Augmented Reality
Playground (anteriormente Adesivos RA)
Kubity Go - AR/VR + more for SketchUp & Revit
Anatomy Learning – Atlas de anatomia 3D
3D Camera - Best Photo Effects, Replace Background
Memoji - Your 3D Facemoji & AR Emoji Maker
VR AR Dimension - Robot War Galaxy Shooter
Camarada: Câmera 3D, Vídeo 3D, Selfie 3D, Foto 3D
Mobili Fiver - Augmented Reality
O uso de filmes como recurso pedagógico
Profa. Dra. Fabrícia Teixeira Borges
Instituto de Psicologia - Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB
É raro um professor que não tenha usado filmes, documentários ou curtas em suas aulas. Porém, muitas vezes, somos questionados se não estamos enrolando a aula, perdendo tempo para passar um filme longo de 2h em um local que está destinado à discussão científica, técnica ou profissional, concisa e orientada para um objetivo educacional. É comum enfrentar resistência ao anunciar que iremos assistir a um filme de quase 2h em sala de aula. Vejamos, então, como articular o filme em nossas aulas, de forma online ou semipresencial.
Filme como recurso pedagógico: o que esperamos dessa linguagem para nossos alunos?
O filme, como objeto estético, abre vias para uma interação dialógica, que provoca a alteridade e o deslocamento de si. Portanto, ocorre um distanciamento de suas próprias ideologias, o que permite um rebuscar de novas percepções. A experiência estética nem sempre é garantida pelo contato da pessoa com o objeto artístico e estético, mas entendemos que, ao se expor ao filme, o espectador também se coloca em um processo de interação e dialogia, que pode tornar-se efetivo, ou não, em sua apreensão das narrativas fílmicas.
Partimos da convicção de que o filme já é, por si só, um objeto de aprendizagem ou, como falamos na psicologia cultural, é um recurso simbólico . Ao torná-lo aliado de outras ferramentas (textos, discussões, questionários), ampliamos a capacidade de produção do senso crítico e reflexivo, da alteridade e de diversos conhecimentos.
O lado técnico: o como fazer
Como podemos ampliar a possibilidade do uso de filmes nas atividades a distância? Sugestões para que a assistência do filme compartilhada e coletiva
Com curtas, é possível a assistência coletiva do filme em várias plataformas: Meet (Google), Zoom, Team (Microsoft), dentre outros, por meio do compartilhamento de tela.
Dicas para possíveis soluções de problemas para usar o vídeo nos tempos do isolamento
O compartilhamento de filmes longas pode não ser efetivo por sobrecarregar a internet do professor e dos alunos, o que pode impossibilitar a atividade. Uma solução interessante é interromper a transmissão da atividade e dar o tempo necessário para que os alunos assistam ao filme e, ao final, possam retornar à discussão. Além disso, pode-se fazer uma discussão via Fórum; por ser assíncrono, o aluno pode emitir sua opinião sobre o filme em uma discussão próxima ao momento em que o assistiu ou ao pode emitir sua opinião ao ler os textos relacionado à temática.
Cinco cuidados para bom aproveitamento desse recurso em sala de aula
- Uma boa escolha do filme;
- Uma escolha de textos articulados com a temática do filme e para ampliar a leitura dos filmes;
- Estudo prévio do filme por parte do professor/a;
- Uma atividade de trabalho que possa sistematizar os conhecimentos passados pelo filme a partir de discussões orais, propostas de narrativas (recontar o filme de outras formas) ou questionários;
- Uma boa finalização da atividade.
Dicas sobre a escolha do melhor filme para o meu propósito
- A escolha é de crucial importância para a qualidade da atividade.
- Temática alinhada com a proposta da disciplina e com o tempo da aula (evitando ter atividades interrompidas ou “para terminar na próxima aula”);
- O filme deve aparecer como uma novidade, em que haja realmente a necessidade de assisti-lo para realizar a atividade proposta. Não escolher filmes muito populares ou que todos já assistiram - perde-se o ineditismo;
- Seleção de filmes recentes, de diversas nacionalidades, evitando contextos comerciais;
- A seleção de filmes antigos deve ser feita para que, possivelmente, os alunos não os tenham assistido – e a temática ainda deve se revelar atual e instigante;
- Apuração da qualidade do filme tanto em som quanto em áudio (por melhor que seja o filme, se a qualidade dele não estiver boa, a perda de atenção e interesse é certa!);
- É importante a atualidade do tema, a proposta do roteiro e a linguagem fílmica.
Tipo de filmes
- Quanto à extensão: Clique aqui para ler o texto "Filmes outdoor: O que define uma produção ser um “curta”, “média” ou “longa”?"
Curtas
Um filme curta-metragem, por definição, tem menos de 30 minutos de duração. Desta maneira, uma produção “curta” pode ser de até 30 segundos. Existem vários festivais com filmes de 1min. São filmes muito bons para trabalhar rapidamente em sala de aula. Podem ser compartilhados em videoconferência que tenham o recurso de “compartilhar tela ou apresentação”.
Média
Um filme média-metragem é, por definição, uma produção que tem entre 30 e 69 minutos de duração. Como já é um filme mais longo, a sugestão é que ele seja assistido junto, caso a aula seja presencial. Nesse caso, o centro da aula deverá ser o filme.
Se uma aula é uma videoaula, existem duas propostas: 1) Solicitar aos alunos para que o assistam antes da aula ou 2) Interromper a aula, para que todos assistam para, depois, retorná-la.
Longas
Um filme longa-metragem é, por definição, uma produção com mais de 70 minutos (1h10min) de duração. Que tal, então, usar uma indicação de um longa e fazer um fórum de discussão? Também é uma excelente ideia!!! Outra sugestão é usar mais de um filme para fazer um contraponto entre eles com uma discussão coletiva.
Quanto ao gênero: documentários, drama, romance, ficção, terror e comédia.
Possuímos vários gêneros fílmicos, no entanto, há um consenso entre os estudiosos do cinema de que essa classificação não é suficiente para abranger a narrativa de um filme.
Se tomarmos, por exemplo, o documentário que pressupõe a relação com fatos ocorridos ou científicos, percebemos que a forma como é editado, filmado e o trabalho em sua linguagem (edição) produz uma linguagem cinematográfica que vai além da informação de fatos e eventos ocorridos.
Há documentários que também declaram suas intencionalidades, produção de metáforas e sentidos amplos que percebemos nas ficções. Então, apesar da indústria cinematográfica classificar os filmes em documentários, drama, romance, ficção e terror e comédia, as narrativas são múltiplas e sempre se amparam nos elementos ficcionais produzidos por suas linguagens. Clique aqui para ler o artigo "Novos territórios do documentário".
Quanto à escolha de textos articulados com a temática dos filmes:
É interessante que haja sempre um texto acadêmico que acompanhe a discussão do filme escolhido. Isso irá conduzir melhor a proposta da atividade e situará o estudante no planejamento da disciplina. Temos optado tanto por indicar a leitura antes do filme como depois de já discutido o filme e de ter apontado algumas questões da temática. Além de textos acadêmicos, os textos críticos de cinema também dão uma ideia de como o filme foi produzido e de quais discussões são possíveis. Achamos textos críticos (não científicos) em sites dedicados ao cinema, como: Adoro Cinema, Cine Pop, Papo de cinema, Cinema em cena, dentre outros.
Planejamento para uso do filme
O estudo prévio do filme por parte do professor/a deve ir além de assisti-lo previamente. O professor deve ler as críticas e as resenhas e estudos. Isto ajudará a ampliar a sua própria visão e as discussões sobre as distintas impressões sobre o filme. Mesmo que seja um curta!
Alinhamento com a disciplina, a temática e o tempo
A inclusão do filme como recurso pedagógico deve estar coerente, articulada com o conteúdo curricular e com a temática da aula, bem como deve ser adequada ao tempo e às características que irão compor a atividade. Essa atividade pode ser presencial, online ou uma parte presencial e outra online, em um modelo híbrido. O bom plano de aula envolve: clareza do tempo (necessário à atividade) x tempo disponível, linguagem adequada, textos coerentes, seleção de críticas e planejamento da interlocução com os alunos e o material escolhido.
Acabou o filme, e agora?
A atividade deve ser finalizada em grande estilo, o que garante o seu sucesso porque evidencia que houve um planejamento adequado com aproveitamento da discussão e aprendizagens para todos. O desdobramento do filme pode ser uma atividade proposta usando textos ou discussões que resultem em sínteses, articulações com outros temas e percepções das aprendizagens realizadas.
Para ficar mais fácil, onde encontrar os filmes:
Curtas: encontramos curtas nacionais no Porta curtas e também no YouTube. No YouTube, também é possível encontrar curtas legendados/dublados de outros países.
Longas: é possível encontrar vários filmes longas no YouTube. (Gratuito).
E na onda do Streaming, além da Netflix, temos outros doze canais.
Além desses, o Petra Belas Artes também é uma boa pedida!
Referências
Borges, Fabrícia Teixeira. Olhares de Mulheres: um estudo a partir do filme janelas da alma. UFAL, 2008.
Munsterberg, H. A atenção. Em: I. Xavier A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1970/2003.
Wenders, W. A paisagem urbana. Em: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1992.
Xavier, I. O Olhar e a Cena – Melodrama, Hollywood, Cinema Novo, Nelson Rodrigues. São Paulo: Cosac & Naify, 1988.